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Lua Cheia em Gêmeos


Gêmeos é o signo da dualidade, dos opostos complementares. Assim sendo, quando a Lua estiver Cheia e transitando por essa constelação temos um aspecto ideal para unirmos totalmente em nosso ser as nossas polaridades e nos tornarmos seres integrais.

Aqui não falo de algo como abraçar a sombra, pois esse tipo de ação funciona apenas como uma forma de aceitação de si para que a sombra trabalhe a seu favor. O que sugiro é a união dessas forças numa só para que você seja mais completo.

 

Magia para Integralidade do Ser

Escreva numa vela branca e numa vela preta seu nome. Acenda a vela branca e segurando seu athame com a ponta na chama da vela, diga:

"Minha parte luminosa eu já conheço e é cheia de poder. Agora apresento a ela seu outro lado, ainda desconhecido, ainda inexplorado."

Então, coloque uma máscara e acenda a vela negra. Diga:

"Você: poderosa, melindrosa, astuta e ainda assim eu mesma. Não é mais momento de se esquivar, esconder e fazer o jogo de poder. É momento de se integrar totalmente em minha existência e me contar as coisas que tenho negado e tentado ocultar de mim mesmo. Sei que tem agido e, portanto, que seja com meu consentimento e conscientemente."

Coloque uma música de toques de tambor para tocar e entre em estado alfa para meditação. Visualize-se num enorme corredor imenso cheio de portas. Conforme vai passando por ele, vá abrindo essas portas e percebendo as várias características que conhece em si. Vá fazendo isso, não importa o tempo que leve, até que verá o final do corredor. Ao tentar abrir essa porta você não conseguirá, pois estará trancada. Feche os olhos e peça ajuda para abri-la. Quando abrir seus olhos verá que a porta já estará aberta e ao seu lado estará você mesmo. Dê as mãos para si e entre nesse quarto.

Note como é esse recinto, como é mobiliado e ocupado. Em algum local existirá algum objeto no qual poderá se sentar. O que é? Uma cadeira, mesa, cama, colchão no chão? Sente nele e peça para você que faça o mesmo, pois precisam conversar. Conversem o tempo que for necessário, lembrando que o foco não é você falar, mas ouvir o que você tem para dizer para você mesmo. Se sentir vontade de gritar, grite. Se quiser chorar, chore. Enfim, abra-se para você mesmo.

Ao terminar a conversa, perceba que há um imenso caldeirão borbulhante nesse quarto. O líquido é cinza e sua parte te convida para adentrar no caldeirão. Qual é sua reação? Qual seu sentimento em relação a isso? Você terá coragem de entrar nesse recipiente?

Se não, abrace seu eu, peça desculpas e retorne por onde veio, mas não repita esse conjuro até que a Lua se encontre novamente em sua fase Cheia na constelação de Gêmeos. Nesse ínterim, perceberá que coisas começarão a acontecer ao seu redor, ecos da atuação de sua parte mais uma vez renegada. Essas coisas poderão ser boas ou ruins. Assim, somente aconselho a realização desse encanto se realmente for uma pessoa audaciosa, capaz de enfrentar seus medos e adentrar no caldeirão da transmutação.

Contudo, se tiver coragem de entrar no caldeirão, faça-o. Em seguida, seu outro eu entrará também. Sinta-se derreter e queimar, mas perceba que ainda está separado de seu outro eu. Então, chame pela sua deidade de devoção e peça que misture o líquido para a unificação e integralidade de seu ser.

A divindade irá se aproximar e misturará o líquido. Mas, ela apenas faz isso ou faz algo mais? Ela joga alguma outra coisa na mistura? Fique atento.

Quando a divindade estiver misturando finalmente você perceberá que começa a se tornar um. Um único ser renascido e integral. E, como se deixasse de ser líquido, perceba que toma consistência e consegue se levantar. Faça isso: saia do caldeirão, agradeça a sua divindade de devoção, abrace-a e note como você saiu de lá. Saiu como você mesmo, um ser híbrido, outro ser? Novamente, se quiser chorar ou ter qualquer outra reação, faça. Você perceberá que entenderá o motivo para isso. Então, saia do quarto e volte pelo corredor por onde veio.

Ao retornar da meditação, retire a máscara e sinta o quão mais completo é. Pegue as duas velas e quebre-as jogando-as dentro de um caldeirão com álcool e folhas de manjericão. O fogo irá subir e você deverá dizer, enquanto pega uma vela cinza (ou uma vela metade branca e metade negra) com seu nome escrito e acende na chama:

"Não mais parte, porção, fração, fragmento. Agora sou unidade, uniformidade, homogeneidade, singularidade, igualdade, coesão, indivisibilidade, plenitude, inteireza, integridade. Sou identidade!"

Deixe essa vela queimar até o fim e anote todas suas impressões e sentimentos em seu Livro Espelho.

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