Contemplação Alquímica à Natureza
Ó Natureza superior à natureza que triunfa das naturezas;
Ó Natureza que corretamente administrada se eleva para além de sua natureza, exaltando e superando as naturezas,
Ó Natureza uma e sempre a mesma carregando o Todo e aperfeiçoando-o,
Ó união perfeita do múltiplo pelo número e separação reconciliada,
Ó natureza semelhante a ti mesma, ignorando qualquer estranheza e alimentando tu mesma o Todo,
Ó matéria isenta de materialidade que contém a matéria,
Ó Natureza que conquista a natureza e a encanta,
Ó natureza celeste que revela a substância etérea da vida,
Ó natureza desprovida de corpo e que dá aos corpos de não serem corpos,
Ó percurso da Lua que ilumina todos os paramentos da Terra,
Ó espécie mais geral e gênero mais particular,
Ó Natureza em verdade vitoriosa das naturezas para além de toda natureza.
Diz-me, por favor, Qual é tua natureza, que de ti mesma extrai uma segunda vez com arte essa natureza tão particular que carrega em si um enxofre combustível e resistente ao fogo?
Que seja a ideia para múltiplos nomes e denominação para muitas formas, potente e prolixa natureza, arco-íris multicolorido e esplendoroso revelando a partir de si o Todo.
Ó natureza que torna de si própria natureza e de nenhuma outra manifesta natureza,
Ó similitude que atesta a unidade das coisas a partir do semelhante,
Ó mar mudado em Oceano e exaltando em vapor suas inúmeras pérolas coloridas,
Ó conjunção dos quatro corpos como superfície admiravelmente decorada,
Ó tripla inscrição da Trindade e completude do selo universal,
Ó corpo da Magnésia que conduz o magistério inteiro,
Ó fonte de ouro brilhante dos céus,
Ó espírito missionário que escorre de um mar de prata,
Ó tu portadora de uma túnica prata e paramentada com uma cabeleira de ouro,
Ó elegante prática dos talentos mais avisados,
Ó operação onisciente dos homens mais divinos,
Ó torrente insondável dos homens impudentes,
Ó imprudência concertada dos homens ambiciosos,
Ó iluminação efêmera dos mortais orgulhosos,
Ó toque manifesto dos seres de piedade,
Ó visão ela mesma tornada visível dos homens de proibidade,
Ó flor suavemente respirante dos Filósofos dedicados à prática das coisas,
Ó exploração única e absoluta de toda realidade,
Ó obra de sabedoria marcada por essa beleza que o espírito compõe,
Ó luminosidade da única Lua, iluminando todas as coisas a partir da luz solar,
Ó tu única e sempre semelhante natureza triunfante sozinha das naturezas, e dominada dominando-os, e protegida preservando-os, o que tens em comum com a variedade das coisas materiais?
Quanto a natureza é feita de uma única coisa que supera todas as coisas.
~Stéphanus de Alexandria, Primeira Leitura séc. VII