Afrodite - Apêndice: Invocações
Segue abaixo algumas invocações, hinos e cânticos de adoração à Afrodite. Essas invocações foram traduzidas do original pelos colaboradores do site www.helenos.com.br, que eu super recomendo e fiz algumas pequenas alterações para o texto ficar mais fácil de ser lido e entendido.
Trecho do Fragmento 57 dos escritos de Anacreonte
Vagando por sobre as ondas como uma alga ulva, movendo seu corpo de pele macia em seu itinerário por sobre o calmo mar branco, Afrodite puxa as fortes ondas ao longo do caminho. Acima de seu seio rosado e abaixo de seu suave pescoço, uma grande onda divide sua pele. No meio do vinco, como um lírio ferido entre violetas, Chipre brilha no mar de moluscos. Sobre o prateado, em golfinhos dançantes, estão montados o astuto Eros e o risonho Himeros, e o coro de peixes de costas curvadas mergulhando nas ondas diverte-se com a nascida em Pafos onde Ela nada.
Hino Homérico 10 – A Afrodite
Àquela de Citera, nascida em Chipre, eu cantarei. Ela dá gentis presentes aos homens: sorrisos sempre estão em seu amável rosto, e amável é o brilho que se apresenta sobre ele. Eu te saúdo, ó deusa, rainha da bem-formada Salamis e da cinta marinha de Chipre; agracia-me com uma canção de júbilo. E então me lembrarei de ti e de outra canção também.
Prece à Afrodite (por Alexandra do site www.helenos.com.br)
Gloriosa Deusa Afrodite, Poderosa e irresistível, Sempre nos entregamos Ao teu poder infalível. Ao nosso desejo voltamos Com teus olhos enxergamos Quando encontramos beleza E seguimos nossa natureza. Novos amantes surpreendei Velhas paixões reacendei; Afrodite, gentil e feroz, Honro a ti com minha voz.
Hino Órfico 54 – A Afrodite
Celeste, ilustre rainha de risada amorosa, nascida do mar, amante da noite, a que tem um modo terrível, astuciosa, de quem a necessidade primeiro veio, senhora produtora e noturna, dama que a todos conecta: Teu é este mundo para se unir com harmonia, pois todas as coisas brotam de ti, oh poder divino.
Os triplos Destinos são regidos por Teu decreto, e todas as produções se rendem semelhantemente a ti: o que quer que os céus circundem e contenham, toda a produção dos frutos da terra, e o alto-mar tempestuoso, a ti o balanço confessa e obedece a teu aceno, atendente terrível do brumal Dionísio: Deusa do casamento, charmosa à visão, mãe dos Amores, que se delicia em banquetes, fonte de persuasão, secreta, rainha favorável, ilustremente nascida, aparente e não vista, esposa, lupercal, e inclinada a homens prolíficos, a mais desejada, doadora de vida, gentil, a grande portadora do cetro dos Deuses, a quem os mortais em necessidade tendem a se juntar e toda tribo de monstros horrendos e selvagens em correntes mágicas se amarram através do desejo insano.
Venha, nascida em Chipre, e incline-se à minha prece, se exaltada nos céus tu brilhas, ou satisfeita com o templo na Síria ao qual presides, ou sobre as planícies egípcias teu carro guias, enfeitada de ouro, e perto dessa enchente sagrada, fértil e conhecida por fixar teu domicílio santificado, ou se rejubilando nos litorais cerúleos, próxima a onde o mar com seus rugidos espumantes ondula, os coros de mortais que circundam tuas delícias, ou as belas ninfas, com olhos de brilhante azul cerúleo, satisfeita com os bancos pardos reconhecidos de velhos, para dirigir teu rápido carro dourado de duas parelhas, ou se em Chipre com tua linda mãe, onde as mulheres casadas te louvam a cada ano, e as belas virgens se unem ao coro, o puro Adônis canta tua divindade, venha, toda atrativa, para a minha prece inclinada, a ti eu chamo, com mente sagrada e reverente.
Hino de Safo a Afrodite
De flóreo manto furta-cor, ó imortal Afrodite, filha de Zeus, tecelã de ardis, suplico-te: não me domes com angústias e náuseas, veneranda, o coração, mas para cá vem, se já outrora - a minha voz ouvindo de longe – me atendeste, e de teu pai deixando a casa áurea a carruagem atrelando vieste.
E belos te conduziram velozes pardais em torno da terra negra - rápidas asas turbilhoando céu abaixo e pelo meio do éter. De pronto chegaram. E tu, ó venturosa, sorrindo em tua imortal face, indagaste por que de novo sofro e por que de novo te invoco, e o que mais quero que me aconteça em meu desvairado coração: "Quem de novo devo persuadir ao teu amor? Quem, ó Safo, te maltrata? Pois se ela foge, logo perseguirá; e se presentes não aceita, em troca os dará; e se não ama, que logo amará, mesmo não queira.”
Vem até mim também agora, e liberta-me dos duros pesares, e tudo o que cumprir meu coração deseja, cumpre; e tu mesma, sê minha aliada de lutas.
Hino de Safo a Afrodite (cantado em grego e português, respectivamente)
https://www.youtube.com/watch?v=zaxpq6x66wM
http://www.4shared.com/mp3/5WLFLfegce/alex-afrodite-portugues.html
Hino de Proclus a Afrodite
Cantemos à linhagem daquela que nasceu da espuma das ondas. Cantemos à real e imensa origem de onde partiram alados, os imortais Desejos. Destes, uns transpassam as almas com seus dardos espirituais, e as incitam, feridas já pelo aguilhão da nostalgia, a ascender até o alto, buscando ardentemente o poder de voltar a ver, resplandecentes como a chama do fogo, as habitações de sua Mãe. Os outros, obedientes aos desejos do Pai e as previstas decisões que separam o mal do mundo, se esforça, por meio da geração, em multiplicar a vida no universo infinito, excitando nas almas o desejo de nascer sobre a terra. Há outras que incessantemente vigiam os diferentes caminhos das intimas relações do matrimônio para assim, conseguir que, gerando homens mortais, possa de este modo construir, imortal a raça dos homens, afligidos por infinitos males. Todos, enfim, se cansam em secundar as obras da nascida em Citera, procriadora do Desejo.
E quanto a ti, oh Deusa - já que teu ouvido por toda as partes está atento -, seja que te estenda sobre o amplo horizonte celestial e alí sejas, tal como se dizem, a alma divina do eterno universo. Seja que habites no seio do éter, por cima das sete órbitas dos planetas, derramando sobre tudo o que de ti provém. Infinitas energias, escuta-me, e conduz, oh Venerável, com a ajuda de teus impulsos mais justos, o penosíssimo caminho da minha dolorosa vida apagando da minha alma o frio impulso dos desejos não divinos!
Hino Homérico 6 – A Afrodite
Canto à Afrodite imponente, bela e coroada de ouro, cujo domínio são as cidades cercadas por todo o mar de Chipre. Lá o hálito úmido do vento oeste a fez flutuar sobre as ondas do mar que geme alto em suave espuma, e lá as Horas de fios dourados deram-lhe alegremente as boas-vindas. Elas as vestiram com trajes celestes: em sua cabeça colocaram uma coroa bem tecida de ouro, e em suas orelhas furadas elas penduraram ornamentos de oricalco e ouro precioso, e adornaram-na com colares dourados sobre seu suave pescoço e seus seios brancos como a neve, joias as quais as Horas de filetes dourados usavam elas mesmas sempre que iam à casa do pai ao se unirem às danças amáveis dos deuses. E, quando elas a tinham plenamente enfeitado, elas a trouxeram até os deuses, que a saudaram em boas-vindas quando a viram, dando-lhe as mãos. Cada um deles pediu para levá-la para casa e torná-la sua esposa, de tão grandemente deslumbrados com a beleza daquela nascida em Citera de coroa violeta.
Saúdo-te, deusa docemente premiada, de olhos modestos! Conceda que eu possa ganhar a vitória nesta competição e dirigir a ti a minha canção. E agora eu me lembrarei de ti e outra canção também.