Afrodite - Apêndice: As Rivais
Sendo antropomorfizadas, as divindades gregas por vezes se metiam em rixas entre si e sempre quando isso acontecia, grandes mudanças ocorriam no mundo. As principais rivais de Afrodite são Hera, Atena e Perséfone.
A rivalidade de Afrodite com Hera e Atena teve seu cume quando Éris, a Deusa da Discórdia, sugeriu que um Pomo Dourado fosse entregue à Deusa mais bela de todas. As três entraram então numa disputa e, para decidir, deixaram que alguém alheio fizesse a escolha. Assim elegeram Páris, um jovem pastor mortal que era conhecido pela sua retidão e justiça. Hera ofereceu a ele o governo de todos os povos, Atena a chance de se tornar o guerreiro mais famoso e prodigioso que jamais existiu e Afrodite o amor da mulher mais bela de toda a humanidade.
Mas, como um jovem pode decidir sabiamente se o que destaca a pouca idade é a entrega aos desejos do coração? Ele com medo de ofender as deusas, caso escolhesse uma, teve a garantia das três de que nenhum mal lhe fariam e assim Afrodite foi escolhida como a mais bela. Depois, cumprindo a promessa, Afrodite lhe deu Helena de Tróia como amante. Por sua vez, Hera e Atena também não descumpriram a sua palavra, pois nenhum mal fizeram a Páris. Ainda assim, encontraram uma brecha no presente de Páris e juntas confabularam a famosa Guerra de Tróia. Páris não foi punido. Diretamente. Brincar com os Deuses é algo que pode beirar a húbris e, quando Eles querem nos punir, atendem ao desejo de nossos corações. Simplesmente todo o povo de Páris foi derrotado depois de longos 10 anos de guerra.
Outra das rivais de Afrodite é Psiquê, terceira filha de um rei, muita bela que alguns mortais deixavam de adorar a Deusa apenas para admirar Psiquê. Afrodite ultrajada com esse insulto deseja puni-la e faz um oráculo dizer que ela se casaria com um monstro. Seus pais, tristemente a deixam num alto monte, pois sabem que se tentarem ir contra o Destino (as Moiras) sofrerão, e o vento Zéfiro (Vento do Oeste) a leva até um castelo magnífico. Nesse castelo, todas as noites chega seu marido que ela desconhece a identidade, pois ele só aparece à noite e com todas as luzes apagadas e a adverte a nunca procurar ver sua face.
Psiquê, curiosa por saber quem Ele é, já que Ele é muito carinhoso e um amante singular, tenta ver seu rosto com a chama de uma lamparina, fica estupefata e admira a beleza do seu marino que é ninguém menos que Eros, o filho de Afrodite e Deus do Amor. Eros fazia parte da vingança de Afrodite, mas acabou se apaixonando pela mortal. Contudo, depois de ver que sua esposa não confiava em suas palavras, abandona. Ela então parte a sua procura e vaga pela terra até que Afrodite lhe aparece e a faz executar tarefas quase impossíveis para reaver seu amante. No fim, tudo dá certo, mas Psiquê quase chega à morte por duas vezes com essas tarefas, mostrando que a ira de Afrodite por ser muito desastrosa.
Aparentemente Afrodite é movida apenas pelo supérfluo e pela mesquinhez, mas isso não é verdade. Ela é muito poderosa e é seu poder que move o Universo e a Vida. Mas, querer se comparar ou mesmo barganhar com as divindades é algo a ser evitado, pois se atinge apenas a húbris com isso. Os Deuses afirmam que cada um tem seu papel e o humano não deve tentar ser diferente do que já é. Mas, para se entender melhor isso, aconselho a lerem meu artigo completo sobre a mitografia de Afrodite. ;)